Cotas raciais no Brasil em um dos principais jornais holandeses. Fiquei surpreso. Apesar de ver cada vez mais coisas sobre o Brasil aqui.
Na página 9 do jornal NRC Next, um dos principais na Holanda, a chamada de título: "Teste de acordo com a cor da pele".
A matéria entrevista ambos os lados, defensores de cotas raciais e contrários, mas termina com uma frase de um estudante de economia, que se auto declara "escuro" de pele e que estudou em escola particular com todas as economias suadas dos pais para fugir do ensino público no Brasil: "você só resolve o problema de fato se você melhorar o ensino público", diz Jorge Campos de 20 anos. "Cotas para quê? Eu passei no vestibular!", diz ele ao jornal holandês.
Também Nelson Inocêncio, coordenador de estudos Afro-brasileiros da UnB é entrevistado e diz que o Brasil como "paraíso racial" é um mito. "Nem no governo brasileiro vemos afro-brasileiros em postos chaves", diz ele.
Destaque da matéria é a comissão universitária que algumas instituições criaram para definir que estudante é negro e qual não é. "Um tipo de tribunal racial. Quem quer uma coisa dessas? O racismo acaba sendo incentivado com uma lei dessas", diz ao jornal holandês Roberta Kaufmann, que publicou o livro "Ações Afirmativas à brasileira: necessidade ou mito?" (http://www.robertafragosokaufmann.com/).
Quem conhece um pouco da realidade do Continente Europeu, que viveu durante anos ou sob o nazismo ou sob a ameaça dele, sabe que tribunais raciais são uma das mais abomináveis invenções humanas.
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