A ideia é que países com sistemas democráticos de eleição e governo dificilmente entram em guerra uns contra os outros. Países autocráticos, porém, também tem pouca possibilidade de guerrearem entre si, apesar de a incidência ser maior do que no primeiro caso. Já conflitos entre democracias e sistemas autocráticos de governo, estes sim podem ocorrer com mais facilidade, sempre levando em conta que guerras ocorrem, na esmagadora maioria das vezes, entre países que são vizinhos.
O professor Weede, porém, vai além: ele sustenta que para uma democracia se solidificar e amadurecer, a única possibilidade é o incremento de comércio interno e externo - e, portanto, mais capitalismo. De nada adianta instalar, ainda que por milagre, uma democracia num país autocrático anteriormente se o seu sistema econômica e seu mercado é muito rudimentar e fechado. Isso mesmo que as instituições do país, da noite para o dia, passassem a ser perfeitas no seu funcionamento. Dr. Weede deu o exemplo do Afeganistão: se imaginássemos uma democracia perfeita naquele país instalada a partir de amanhã, os simples fatos de os afegãos terem uma economia extremamente frágil e países vizinhos autocráticos, aumentaria a chance de conflitos na região ao invés de diminuir.
Depois de sua palestra, almocei com o prof. Weede e lhe perguntei, com base em sua teoria, se o mundo teria em algum momento no futuro 100% dos seus países democráticos, considerando que o capitalismo continua se expandindo, a economia mundial continua crescendo, e o sistema está espalhado por todo o mundo. Surpreendentemente ele respondeu que não. Disse que o sistema democrático tem, infelizmente, um problema interno de "autodestruição" e passou a discorrer sobre os problemas que o excesso de governo e de impostos que os países do Ocidente europeu hoje estão enfrentando - e que acabam minando a própria confiança dos cidadãos no sistema democrático vigente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário